domingo, 11 de outubro de 2015

LISBON PLAYERS OCTOBER 2015: BLACK COMEDY de Peter Shaffer

A História: Brindsley é um jovem e pobre escultor que, na companhia da sua noiva, espera a visita de um coleccionador de arte milionário, bem como do pai da sua noiva. A fim de os impressionar decidiu “desviar” algumas peças de mobiliário do vizinho do lado, que está fora. Mas à última hora falta a luz, a velha solitária do piso de cima junta-se a eles, o vizinho regressa mais cedo do que ele esperava e a sua amante decide visitá-lo também.

O Melhor: A ideia genial em como é usada a iluminação, que só por si se torna não só numas das personagens da peça, mas também a mais importante de todas. A ideia já vem da encenação original dos anos 60, mas aqui é brilhantemente usada.

O Pior: Nada a declarar!

Os Actores: Sabe muito bem ver um elenco de verdadeiros profissionais em palco e em perfeita sintonia com o espírito da peça. A química entre todos é evidente e o nível de interpretações não podia ser mais equilibrado. No papel de Brindsley, o jovem Tomas Anderson revela-se um excelente comediante e, como a sua noiva, Mafalda Pereira é uma perfeita menina mimada e de boas famílias. Celia Williams diverte-se imenso como a velha vizinha e Rui Vasco convence como o austero pai da noiva. Com um penetrante olhar azul, Stephen Bull é delicioso como o vizinho do lado. Lenny Falcon é o gozado electricista e António Carlos Andrade tem uma curtida e fugaz aparição como o milionário. Uma última palavra para a brilhante Elizabeth Bochmann como a amante, um papel criado na produção original por Maggie Smith; esta jovem actriz tem aquilo a que eu chamo “star quality” e quando ela está em palco é difícil desviarmos a atenção dela. A sua Cleo é gozona, provocadora, um pouco ordinária e sexy, Elizabeth é tudo isso e muito mais. Parabéns a todos!

A Peça: Na sua estreia como encenadora, Bárbara Monteiro revela-se uma excelente directora de actores, bem como alguém capaz de criar e controlar o divertido caos que se cria em palco. Não há pontos mortos, a comédia flui num ritmo perfeito e o resultado final é uma divertida noite no teatro. Por isso, se gostam de rir, de ver bons actores em palco e se o vosso inglês não está enferrujado, não percam esta nova produção dos Lisbon Players. “Splastick” no seu melhor!

Classificação: 9 (de 1 a 10) / Fotos de Domingas Sottomayor



Sem comentários:

Enviar um comentário